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30 de novembro de 2007

Baía dos Tigres, 1885

0456 - COLÓNIA DE BENTIABA - LUCIRA - BAÍA DOS TIGRES - ANGRA PEQUENA
Série de 1885- G.G.- Nº. 144

Illmo e Exmo Senhor.

Enviando a V.Exa cópia de um ofício do Governador de Mossâmedes, em que dá a sua opinião acerca do memorandum escrito pelo Capitão de Fragata, ANTÓNIO JOAQUIM DE MATOS, tenho a honra de fazer minhas as considerações do referido governador, que já tem pronto o caminho pela Pedra Grande para a instalação da Colónia do Bentiaba, caminho que se é preferível para a instalação, porque vem dar a um porto conhecido e com recursos, pode vir ainda a ser preferido por outro para a Caldeira da Lucira, óptimo porto onde os navios podem atracar à terra, sem o menor risco, e onde podem, portanto, fazer-se embarques e desembarques de géneros, sem a menor despesa ou faltas.

O caminho para a Lucira parece ser batido e fácil, e a distância é menor do que para Mossâmedes, pronto estará que possa o gado encontrar no caminho pastos e água, com que possa prover-se para a marcha, que não será de mais de dois dias: em todo o caso, vinda a Colónia do Bentiaba, dirigida, como será, por pessoas da mais alta competência, a ela lhe pertencerá estudar o que não lhe convirá fazer sobre o assunto.

Deus Guarde a V.Exa
Quartel General em Mossâmedes, 30 de Março de 1885

FRANCISCO JOAQUIM FERREIRA DO AMARAL



“Revista Colonial” nº 35, 5.08.1895, p. 267
pesquisa de João Manuel Mangericão

Baía dos Tigres, 1882

1087 - Condução de Serviçais Para Porto Alexandre -

Exploração da Costa entre a Foz do Cunene e o Cabo Frio e Levantamento da planta da Grande Baía dos Peixes

COMANDANTE DO BENGO . Nº. 3 - Logo que tenha a seu bordo o Curador Bacharel ANTÓNIO CARLOS CARVALHO BARRETO e 18 serviçais, largará directamente para Porto Alexandre. Aí, tendo o Curador feito a entrega dos serviçais ao respectivo patrão, o receberá para o conduzir a Luanda, depois de finda a comissão do navio.

De Porto Alexandre seguirá para o Sul, até ao Cabo Frio, a fim de explorar a Costa, rectificando a carta desde a foz do Rio Cunene, até aquele Cabo, levantando a planta da Baía situada, segundo dizem, 5 milhas ao Sul daquele Rio.

Se em Porto Alexandre tiver notícias que na Grande Baía dos Peixes se acham actualmente alguns pescadores, dirija-se ali para certificar-se se eles carecem de algum socorro. Concederá passagens entre essas baías aos que o solicitem, isto sem dispêndio para a Fazenda.

Lembro a V.Sra. a conveniência de convidar alguns desses pescadores a acompanhá-lo nesta sua viagem, para que, adquirindo eles conhecimentos dessa parte da Costa, possam utilizá-la em futuras especulações piscatórias; ou, se entre eles houver algum já com prática, V.Sra. convidá-lo-á a seguir e utilizar o seu serviço.

Regulará os seus trabalhos de molde a que esteja em Mossâmedes antes da partida do paquete daquele ponto; devendo depois de indispensável demora, largar para Novo Redondo com o Superintendente das Contribuições, AUGUSTO TELES MACHADO, esperando ali por este funcionário para o conduzir a Luanda.

Para economia de combustível e exercício da sua guarnição, V.Sra. navegará à vela todas as vezes que o vento esteja favorável à sua derrota.

Ao entregar-lhe estas instruções fico certo de que V.Sra. se desempenhará tão bem desta comissão, como de todas de que tem sido encarregado, continuando assim a merecer a confiança que desde o princípio da sua carreira sempre mereceu dos seus superiores.

A. J. DE MATOS


“Revista Colonial” nº 35, 5.08.1895, p. 267
pesquisa de João Manuel Mangericão